Ataque Hacker ao site do TCE.

Presidente do tribunal cita atraso em alguns processos como principal prejuízo, mas destaca reforço em sessões para contornar esse problema.
Pouco mais de uma semana após ataque hacker, o site e os sistemas do Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul (TCE) seguem fora do ar. Equipes do órgão atuam na recuperação e verificação de sistema para garantir o retorno dos serviços sem resquícios de arquivos corrompidos pela invasão. O presidente do TCE, Alexandre Postal, afirma que técnicos estão atuando praticamente 24 horas por dia para resolução do problema. Enquanto isso, julgamentos, sessões e eventos de ensino no tribunal seguem suspensos por tempo indeterminado.

O presidente do TCE afirma que o maior prejuízo causado pelo ataque é o atraso em alguns julgamentos. Postal destaca que, se a recuperação dos sistemas ocorrer até o fim de outubro, esse tempo perdido poderá ser recuperado por meio de reforço nos trabalhos no próximo mês:

— O prejuízo é o tempo. A demora de um processo. Ao invés de terminar, prorroga a angústia. Mas já saiu uma previsão de fazermos em novembro sessões de recuperação dessas que estamos perdendo.

O TCE segue em atendimento presencial na sede e nas divisões regionais com alguns serviços, como recebimento de denúncias e cautelares. Esse processo ocorre por meio físico. O órgão está usando o Diário Oficial do Estado para publicações e comunicações pontuais.

A paralisação dos sistemas também afeta a rotina dos servidores da corte, impedindo a atuação dos funcionários que dependem de acesso à rede interna. O presidente do TCE afirma que alguns sistemas internos da casa devem voltar a funcionar nesta semana, mas reforça estimativa de retorno em maior escala até o fim de outubro. O ataque foi registrado na madrugada do dia 26 de setembro.

Em julho deste ano, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) detectou “atividade maliciosa” no acesso ao seu data center, também durante uma madrugada, e desligou o site e demais sistemas da instituição para remediar e investigar o incidente.

Meses antes, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), órgão de segundo grau da Justiça Federal que abrange os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, também sofreu um ataque que deixou seus serviços indisponíveis.

Em outubro de 2021, foi a vez do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-4), com sede em Porto Alegre, sofrer uma invasão da sua infraestrutura tecnológica.

Já o Supremo Tribunal Federal (STF), órgão máximo do Poder Judiciário, retirou seu site do ar após ter identificado um acesso “fora do padrão” em maio do mesmo ano.

Em novembro de 2020, hackers atacaram e criptografaram mais de 1,2 mil máquinas virtuais do Superior Tribunal de Justiça (STJ), outro tribunal superior, além de destruir seus backups, com um ransomware chamado RansomEXX. 

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